Economia: Por Davi Carneiro*

O Brasil é um país onde, inexplicavelmente, há um apoio enorme ao ex-presidente Barack Obama, algo extremamente surpreendente, já que nem nos Estados Unidos o 44º presidente americano tem tanto suporte e admiração como aqui. E sua reputação na América é tão desastrosa que Donald Trump se elegeu com o discurso de “Make America Great Again”, recuperar aquilo que o presidente anterior destruiu. Para os republicanos foi algo fantástico, mas para a maioria dos que votaram, eles não votaram no Trump, mas sim no “anti-Obama”.

As eleições de 2020 estão se aproximando, e com ela volta quase que por completo o cenário de 2016, com a diferença no lado dos democratas de que, ao invés da fraca Hillary Clinton (que era conhecida como marionete do Obama), temos Joe Biden, que tem como maior vitória política ter derrotado Bernie Sanders, sem nenhuma surpresa. Biden pode não ser a personificação do “obamismo” para os democratas, mas o medo da volta de um governo tão desastroso para a economia americana pode ser crucial para as eleições, no qual não seria surpreendente caso Donald Trump se reelegesse.

Mas por que há tanto medo do “obamismo”? O que Barack Obama fez que foi tão ruim para os EUA? Enfim, não há como citar todos os erros de Obama em apenas uma matéria, desde “helicopter money”, guerras e até mesmo corrupção. Mas em resumo, o maior problema do Obama foi o sistema de saúde, que se ausenta de comparações com o pífio SUS. Barack Obama conseguiu abrir um buraco enorme na economia americana apenas destruindo o sistema de saúde.

Conhecido como Obamacare, a política consiste em, ao invés de estatizar (o que também seria errado), obrigar as empresas privadas a fornecer planos de saúde para seus funcionários. Ou seja, todas as empresas que tivessem uma quantidade X de funcionários teriam que fornecer seguro de saúde para todos os funcionários. O que, claro, gerou desemprego, já que se tornou mais caro contratar e ainda gerou uma “recompensa” para que se estivesse menos funcionários.

Com menos funcionários, as empresas de saúde tiveram que aumentar o preço dos planos,  já que havia menos pessoas com seguro, o que fez o desemprego ficar ainda maior, o que fez o preço aumentar, e então o desemprego também, e de novo o preço, e assim por diante.

Assim chegou ao ponto no qual o preço de plano de saúde é altíssimo, o desemprego é altíssimo, e no final as pessoas ficam sem emprego e sem saúde. Não à toa Donald Trump se elegeu prometendo diminuir o desemprego e acabar com o Obamacare, o que até agora não foi feito. As eleições estão chegando e até o momento só se há promessas utópicas de ambos os lados. A derrota de Hillary em 2016 foi histórica, sendo vista por muitos como a maior diferença de fotos na história dos Estados Unidos. Nunca antes um presidente foi eleito sem precisar ganhar na Flórida ou no famoso Rust Belt, e para evitar um novo vexame histórico, os democratas precisarão se inovar e deixar o “obamismo” de lado.

O governo de Obama conseguiu ser um dos piores da história para os Estados Unidos, competindo até com governos autoritários ou até mesmo os extremamente desastrosos, como o de F. D. Roosevelt. E está certo quem quiser comparar esse cenário atual com o brasileiro, afinal há tantas semelhanças que chega a preocupar sobre o futuro do mundo, e já deixo registrado que não tem como definir qual é pior, se é o SUS ou o Obamacare. A realidade é que os EUA estão para enfrentar uma histórica eleição esse ano, e o resultado dela afetará diretamente a economia americana e a do mundo. Veremos os próximos capítulos.

*O texto é de responsabilidade do autor.