Economia: Por Davi Carneiro*
Em épocas de crise como a que estamos vivendo, fica evidente e crescente o número de desempregados, pais de família, mães solteiras, pessoas que necessitam de renda para sobreviver. E infelizmente perdem o emprego, e por causa disso, passam por situações horríveis.
No Brasil, com modelo de estado populista e welfare state, existe a lei do salário mínimo e a intenção de, às vezes até em boa fé, ajudar a quem mais precisa. O problema é que nesse caso o estado mais atrapalha ao criar outro problema, e os indivíduos que antes apenas não achavam emprego, agora estão impedidos de fazer isso.
Indo em sua origem, a lei do salário mínimo começou na África, uma lei racista que tinha como objetivo segregar os negros dos brancos, nos quais os negros, naquele espaço temporal africano, eram mais pobres que os brancos e no raciocínio do governo produziam menos. Então para impedi-los de trabalhar, o governo criou o salário mínimo e todos que produziam menos do que esses valores estabelecidos ficavam desempregados, e ainda não conseguiam achar qualquer outro emprego por não produzir o tanto estabelecido pelo valor que iriam receber. Isso está muito bem documentado no artigo 7 Quotes That Reveal the Racists Origins of Minimum Wage Lars, da Fundação pela Educação Econômica, FEE.
No Brasil, tendo começado na ditadura de Getúlio Vargas, a lei do salário mínimo pode ter tido ou não ideais racistas, mas o reflexo dela na economia é o mesmo. Ao se colocar um valor mínimo para que cada trabalhador deve receber, inevitavelmente aqueles que não conseguirem produzir o tanto que devem receber, ficarão desempregados. Além disso, ficarão desempregados até acharem um emprego no qual consigam produzir e fazer com que valha a pena serem contratados.
O cenário na economia e na vida dos indivíduos ainda fica pior no Brasil pois há o reajuste anual do salário mínimo, ou seja, anualmente mais pessoas perdem o emprego, pois como o governo gerou mais inflação, o salário mínimo sobe, mas sua produção não, então aqueles que não produzem o novo valor, também ficarão desempregados. Aumentar o salário mínimo aumenta o desemprego.
Há quem diga que é apenas uma correção do valor pela inflação e isso não iria afetar em nada, são apenas os números e seus valores que mudaram. O problema é que a inflação não atinge os mesmos níveis da economia ao mesmo tempo, ela atinge alguns setores e outros continuam os mesmos, tendo um efeito em escada chamado de efeito Cantillon. Ou seja, há setores que não foram atingidos por esse aumento, mas ainda sim terão que pagar a seus funcionários um valor maior. Além disso, o preço sobe, mas a produção per capita não. O resultado disso é inevitável, quem não produz o novo valor, mesmo que não seja atingido pela inflação, ainda sim será demitido, pois seu salário aumentou sem motivo aparente.
A lei do salário mínimo é defendida piamente pelos estatistas populistas que ignoram não apenas seus reflexos na camada mais pobre da população, como também ignora suas origens racistas e discriminatórias, e isso precisa mudar. Como venho dito desde que iniciei minha coluna; muito ajuda quem não atrapalha. Se quisermos a diminuição do desemprego, teremos que entender que o fim do salário mínimo é algo mais que necessário.
*O texto é de responsabilidade do autor.