Indicativos da crise: BC imprime 9 bilhões

Economia: Por Davi Carneiro*

O Banco Central pediu a emissão de 9 bilhões de reais para suprir a falta de cédulas que travou os saques do Auxílio Emergencial. Além disso, já é esperado novas impressões para auxiliar bancos que também não têm liquidez disponível para saques.

Isso evidencia o problema atual do mundo financeiro que é a falta de liquidez. Por conta da política monetária feita pelos governos afora, expansão da base monetária e reserva bancária fracionária, uma bolha foi criada e a falta de cédulas é o primeiro sinal de que ela está estourando.

Um dos parasitas do sistema brasileiro e mundial é a reserva bancária fracionária. Com ela o governo consegue imprimir dinheiro através da criação de crédito inexistente. Funciona da seguinte forma: a cada real depositado, o banco empresta três. Ou seja, um terço do dinheiro não existe fisicamente. São apenas números em telas. O banco empresta mais que o dobro do que há em seu caixa.

Isso pode parecer normal, mas é um problema enorme. Pois isso significa que dois terços das pessoas perderão seu dinheiro depositado no banco. Para evitar isso o governo decide então imprimir cédulas, criar mais crédito, como está acontecendo agora. Essa política é extremamente paliativa, já que não adianta no longo prazo. Apenas posterga o inevitável.

E isso soma ao fato do governo ter aprovado a emissão de crédito para compra de títulos de dívida. O Brasil está literalmente imprimindo dinheiro. O país está criando crédito para resolver um problema que foi gerado por causa da criação de crédito, é o equivalente a beber para curar a ressaca.

Pode ser que isso não gere uma inflação tão grande, já que estamos no meio de uma crise enorme e crises são fenômenos deflacionários, então o mais plausível seria uma inflação até uns 8%, talvez menos. Mas isso arma uma segunda bolha, isso posterga e aumenta uma crise que vem sido erguida desde 2005. O país caminha a passos largos para a falência.

Isso não é apenas um problema brasileiro, os EUA vivem o mesmo problema, a Europa, China. A política econômica keynesiana afundou todos os países que a adotaram, e com o Brasil não foi diferente. A Grécia faliu, o Líbano faliu, o Brasil pode ser o próximo, e isso é grave. É necessária uma imensa reforma na gestão do dinheiro, não à toa moedas privadas e com lastro têm sido mais valiosas do que as moedas estatais. Podemos ver o Bitcoin, por exemplo, que nesse instante está em volta dos 10 mil dólares.

A crise de 1929, a crise de 2008, a crise atual. Todas foram causadas por bolhas e emissão de crédito, expansão da base monetária. Políticas keynesianas que já foram provadas que não dão certo. Hayek, economista que ganhou o Prêmio Nobel de Economia, provou que imprimir dinheiro não é a solução. A moeda fiduciária é um câncer no sistema econômico atual, e enquanto isso não mudar, será difícil ter esperança em dias melhores.

*O texto é de responsabilidade do autor.

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